INFORMAÇÃO DE BIBLIOTECÁRIA - MA

Ideias, reflexões, curiosidades e questionamentos sobre a área de Biblioteconomia, Arquivologia, Consultoria informacional, Gestão do Conhecimento, Inteligência Competitiva, Gestão da Informação, Empreendedorismo e Digitalização de Documentos.













sexta-feira, 9 de julho de 2010

Um futuro para o bibliotecário sem os livros impressos



por: Fabiano Caruso

Durante a minha formação dediquei minhas pesquisas e exercicio profissional a compreender qual seria o papel da Biblioteconomia na sociedade em um mundo sem Bibliotecas. Durante esta busca, acabei desencantando-me da academia, saí da Biblioteca Especializada em que trabalhei de 2004 a 2007 e comecei a trabalhar com o que acredito ser uma espécie de profissional pós-biblioteconomia.

O que seria este pós-bibliotecário? É um profissional que percebeu que as Bibliotecas são apenas um meio, uma instituição importante que tem por objetivo garantir e preservar a autonomia e intelectual e estimular a colaboração e a formação de comunidades entre os cidadãos. Independente da existência ou não das Bibliotecas, enquanto este ethos for preservado, o importante não será perdido e a profissão continuará encontrando novos caminhos para justificar a sua existência na sociedade. Esta é a minha interpretação sobre o “preservar o cunho liberal e humanista da profissão, fundamentado na liberdade de investigação científica e na dignidade da pessoa humana” no código de ética profissional do Bibliotecário.

De certa forma a Biblioteconomia no Brasil perdeu-se. Na década de 90 ela teve a chance de reinventar-se, mas seguiu um caminho triste. Um dos elementos representativos é a introdução do conceito de Unidades de Informação, como forma de ampliar o escopo de atuação dos Bibibliotecários e Documentalistas – mas que representa técnica sem ethos. Muitos perderam-se (ou encontraram-se) em temas e tendências como Gestão da Informação, Gestão do Conhecimento e Arquitetura da Informação. Alguns mais interessados começaram a buscar a Biblioteca 2.0 – até eu durante a graduação – mas restringiram o buzz 2.0 a ferramentas.

Qual seria o futuro para o Bibliotecário sem os livros impressos? Eu realmente não posso prever em definitivo, mas irei propor algumas alternativas, e apresentar um pouco do caminho profissional.....

Como poderiamos pensar uma nova formação para os Bacharéis em Biblioteconomia?
Minha proposta – escrita de forma bem simples – é de concentrarmos esforços em quatro competências:

- Biblioteconomista: orientar a bibioteca para a qualidade e eficiência nos serviços prestados, orquestrando a atuação de diferentes especialistas (notem, outros profissionais) para desenvolver serviços que melhor atendam aos usuários.

- Projetista de Serviços de Informação: um profissional capaz de indentificar problemas relacionados a informação e documentação, e planejar serviços específicos para resolver estes problemas, sejam em bibliotecas e centros de documentação, ou serviços de informação digitais.

- Assessor Informacional: hibrido entre o biblioteconomista e o projetista de serviços de informação. O biblioteconomista trabalha no ambiente da biblioteca, o projetista não precisa trabalhar necessáriamente em nenhuma ambiente, mas planejando serviços de informação para implementação nestes. Mas o assessor é um profissional solo, que está comprometido em oferecer apoio a algum processo organizacional, ou a uma pessoa ou comunidade específicos, independente da existência de bibliotecas ou centros de documentação.

- Pesquisador Tecnológico: é gritante a necessidade de realização de pesquisas tecnológicas – criando uma relação efetiva entre teoria e práticas profissionais – para que se busquem novas soluções para os problemas relacionados aos serviços de informação e a experiência dos usuários nas bibliotecas e em processos documentais.

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