INFORMAÇÃO DE BIBLIOTECÁRIA - MA

Ideias, reflexões, curiosidades e questionamentos sobre a área de Biblioteconomia, Arquivologia, Consultoria informacional, Gestão do Conhecimento, Inteligência Competitiva, Gestão da Informação, Empreendedorismo e Digitalização de Documentos.













sexta-feira, 9 de julho de 2010

Mais leitores de livros eletrônicos... e as bibliotecas?

O título de uma matéria recente do The New York Times: Turning Page, E-Books Start to Take Hold (traduzido no Midia Global como: Mais Leitores estão optando por livros eletrônicos). Sobre o aumento da procura pelas novas tecnologias de suporte a leitura de livros (um livro é uma publicação impressa que constituí no mínimo 50 páginas).

É fato que diversos jornais impressos já estão deixando de existir lá fora, e o seu conteúdo está sendo produzido exclusivamente em formato digital.

Pensem nos dez anos que se passaram para a consolidação dos telefones celulares como tecnologia acessível para as diversas esferas de renda. Agora imaginem um cenário para as bibliotecas nos próximos dez anos.

A questão é, se uma nova tecnologia para leitura e troca de livros consilidar-se, teremos então a oportunidade para a consolidação dos investimentos em novos modelos de bibliotecas.
Valendo apostar nos ambientes como prestadores de serviços para a formação de comunidades locais e redes sociais temáticas.

Planejamento é adivinhação



por Fabiano Caruso
A menos que você seja uma cartomante, fazer um plano de negócios de longa duração é uma fantasia. Existem muitos fatores que estão fora de suas mãos: as condições de mercado, concorrentes, clientes, economia, etc. Escrever um plano faz você se sentir no controle de coisas que você não pode controlar, na verdade.

Por que nós não apenas chamamos os planos de que eles realmente são: palpites. Iniciar referindo-se a seus planos de negócio como as suposições de negócio, seus planos financeiros, adivinhações financeiras, e os seus planos estratégicos, como suposições estratégicas. Agora você pode parar de se preocupar tanto com eles. Eles apenas não valem o esforço.

Quando você transforma palpites em planos, você entra em uma zona de perigo. Planos deixam o passado direcionar o futuro. Eles colocam antolhos em você. “É para onde estamos indo, porque, bem, é para onde nos disseram que estamos indo.” E esse é o problema: os planos são incompatíveis com a improvisação.

E você tem que ser capaz de improvisar. Você tem que ser capaz de pegar as oportunidades que aparecem. Às vezes você precisa dizer: “Estamos indo em uma direção nova, porque é isso que faz sentido hoje”.

O cronograma dos planos de longo prazo é uma asneira também. Você tem mais informações quando você está fazendo algo, não antes de você começar a fazer. No entanto, quando você escreve um plano? Normalmente, antes de você começar. E esse é o pior momento para tomar uma grande decisão.

Agora, isso não quer dizer que você não deva pensar no futuro ou contemplar como atacar os obstáculos futuros. Isso é um exercício interessante. Só não sinta a necessidade de escrevê-los ou fique obcecado com isso. Se você escreve um grande plano, nunca provavelmente irá olhar para ele de qualquer maneira. Planos são apenas mais algumas páginas que ficarão por muito tempo como fósseis em seu arquivo.

Desista da adivinhação. Decida o que você vai fazer esta semana, não este ano. Descobra a próxima coisa mais importante e fazer e faça. Tome as decisões corretas imediatamente antes de fazer alguma coisa, não muito distanciadas das ações.

Isso é um OK para improvisar. Basta entrar no avião e ir embora. Você pode pegar uma camisa mais bonita, creme de barbear, escova de dentes assim que você chegar lá.
Trabalhar sem um plano pode parecer assustador. Mas seguir cegamente um plano que não tem nenhuma relação com a realidade é ainda mais assustador.

Trecho de Rework, novo livro da 37 Signals.

Um futuro para o bibliotecário sem os livros impressos



por: Fabiano Caruso

Durante a minha formação dediquei minhas pesquisas e exercicio profissional a compreender qual seria o papel da Biblioteconomia na sociedade em um mundo sem Bibliotecas. Durante esta busca, acabei desencantando-me da academia, saí da Biblioteca Especializada em que trabalhei de 2004 a 2007 e comecei a trabalhar com o que acredito ser uma espécie de profissional pós-biblioteconomia.

O que seria este pós-bibliotecário? É um profissional que percebeu que as Bibliotecas são apenas um meio, uma instituição importante que tem por objetivo garantir e preservar a autonomia e intelectual e estimular a colaboração e a formação de comunidades entre os cidadãos. Independente da existência ou não das Bibliotecas, enquanto este ethos for preservado, o importante não será perdido e a profissão continuará encontrando novos caminhos para justificar a sua existência na sociedade. Esta é a minha interpretação sobre o “preservar o cunho liberal e humanista da profissão, fundamentado na liberdade de investigação científica e na dignidade da pessoa humana” no código de ética profissional do Bibliotecário.

De certa forma a Biblioteconomia no Brasil perdeu-se. Na década de 90 ela teve a chance de reinventar-se, mas seguiu um caminho triste. Um dos elementos representativos é a introdução do conceito de Unidades de Informação, como forma de ampliar o escopo de atuação dos Bibibliotecários e Documentalistas – mas que representa técnica sem ethos. Muitos perderam-se (ou encontraram-se) em temas e tendências como Gestão da Informação, Gestão do Conhecimento e Arquitetura da Informação. Alguns mais interessados começaram a buscar a Biblioteca 2.0 – até eu durante a graduação – mas restringiram o buzz 2.0 a ferramentas.

Qual seria o futuro para o Bibliotecário sem os livros impressos? Eu realmente não posso prever em definitivo, mas irei propor algumas alternativas, e apresentar um pouco do caminho profissional.....

Como poderiamos pensar uma nova formação para os Bacharéis em Biblioteconomia?
Minha proposta – escrita de forma bem simples – é de concentrarmos esforços em quatro competências:

- Biblioteconomista: orientar a bibioteca para a qualidade e eficiência nos serviços prestados, orquestrando a atuação de diferentes especialistas (notem, outros profissionais) para desenvolver serviços que melhor atendam aos usuários.

- Projetista de Serviços de Informação: um profissional capaz de indentificar problemas relacionados a informação e documentação, e planejar serviços específicos para resolver estes problemas, sejam em bibliotecas e centros de documentação, ou serviços de informação digitais.

- Assessor Informacional: hibrido entre o biblioteconomista e o projetista de serviços de informação. O biblioteconomista trabalha no ambiente da biblioteca, o projetista não precisa trabalhar necessáriamente em nenhuma ambiente, mas planejando serviços de informação para implementação nestes. Mas o assessor é um profissional solo, que está comprometido em oferecer apoio a algum processo organizacional, ou a uma pessoa ou comunidade específicos, independente da existência de bibliotecas ou centros de documentação.

- Pesquisador Tecnológico: é gritante a necessidade de realização de pesquisas tecnológicas – criando uma relação efetiva entre teoria e práticas profissionais – para que se busquem novas soluções para os problemas relacionados aos serviços de informação e a experiência dos usuários nas bibliotecas e em processos documentais.